terça-feira, 25 de setembro de 2012

Pois é...

... o facebook tem destas coisas. Hoje de manhã deparei-me com esta frase postada por alguém. Tenho a certeza de que quer quem escreveu quer quem postou, o fizeram com o intuito de incutir esperança a todos quantos lessem estas palavras.



Pois em mim teve o efeito precisamente oposto.
As coisas que temos e o dinheiro não pode comprar... Ora vejamos:

- Saúde. Sem dinheiro não há medicamentos, as farmácias vão fechando porque o Estado impõe regras que tornam as pequenas farmácias insustentáveis e acabam por fechar. Por outro lado, as taxas moderadoras dos hospitais são cada vez mais pesadas, o preço dos exames é o que se sabe, e o Serviço Nacional de Saúde tarda em dar respostas a quem delas precisa.

- Amizade. Não há trabalho em lado nenhum. Somos obrigados a pegar nas malas e partir. Infelizmente, é esta a realidade de muitos portugueses. Os dias constroem-se de saudades dos amigos de tantas horas que ficaram para trás, bem como a família, apoio e sustento (e não me refiro ao aspecto material) daquilo que somos. O que me leva ao próximo e talvez mais importante ponto:

- Família. Falo agora no caso particular dos professores, pois é nesse que eu me revejo (embora muitas outras profissões também se possam encaixar por aqui). Ano após ano a mudar de poiso. Muitas vezes isso faz-se até várias vezes ao longo do ano lectivo. Ficam para trás pais, marido, filhos... Trabalha-se não para ganhar dinheiro para viver, mas para sobreviver. Sim, que vida sem o calor do afecto da família não o é verdadeiramente. E todos os dias ao levantar as mães (e pais) choram pela ausência dos filhos, repetem o mesmo ritual ao deitar, agravado pelo outro lado da cama que continua teimosamente vazio. Vive-se como numa corrida de obstáculos. Fecha-se os olhos e corre-se com todas as forças para que o fim de semana chegue depressa. Para logo passar depressa demais.
Isto os que conseguem trabalhar. Outros há, como eu, que por força de troikices e orçamentices e outras ices que tais (como as parvoíces de quem governa) nem para sobreviver trabalham, porque fomos descartados. 10 anos depois de começar a dar aulas o Ministro lembrou-se de me mandar embora. E segundo palavras do mesmo, não me despediu, porque na realidade não faço parte do quadro.

Mas o mesmo Ministério que me pagava o salário a mim, também o paga aos professores dos colégios com contratos de associação. Só que a esses deixa que passem para o quadro ao fim de 3 anos, dá liberdade aos directores para distribuir horas da melhor maneira possível para não ter de mandar ninguém embora, e pagou em 2011 subsídios de Natal e Férias (que cortou no público porque não havia dinheiro).

É preciso dinheiro sim. Sem ele não há acesso aos cuidados de saúde, nem à felicidade, pois a procura de sustento leva-nos para longe de quem amamos, verdadeiro sentido das nossas vidas.

Será que o dinheiro não pode mesmo comprar tudo? Até há uns anos atrás talvez concordasse com esta frase bonita. Neste momento de crise, já não sei em que acreditar.....

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Regresso às aulas... ou não

O dia 31 passou, e não trouxe notícias animadoras.
Faço agora parte do grupo dos 40.000 professores que ficaram de fora do sistema após anos ao serviço da educação no nosso país. Mas não é por amarguras que hoje escrevo.

Escrevo porque tenho saudades.

De manhã a luminosidade que me entra pela janela já cheira a princípio de Outono e os dias vão ficando cada vez mais pequenos. Estaria na altura de pegar na pasta e começar o dia com os sorrisos dos alunos que passam por nós nos corredores com as mochilas cheias de material novo e esperança para dar e vender e lançam do outro lado do corredor um alegre "Bom dia professora!".

Mas essas vozes só me chegam vindas daquele baú onde o cérebro guarda as memórias, e quando parece que o som chega aos ouvidos... nada. E o coração ficou um bocadinho mais vazio e apertado.

Tenho saudades dos alunos, tenho saudades do cheiro do material escolar novo, dos colegas, do ambiente de enorme confusão nos corredores entre salas, dos novatos que nunca sabem onde fica nada nem a que horas abre a papelaria para tirar a senha de almoço.

Tenho saudades de preparar aulas, de todos os dias descobrir qualquer coisa nova quando ando à procura de curiosidades para motivar os miúdos.

Tenho saudades de fazer aquilo para que tenho vocação e amo do fundo do meu coração: ensinar. Para já, vou tentando domar este sentimento esquisito e manter viva a esperança que a plataforma do Ministério me traga qualquer coisa que me faça sorrir.


sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O dia mais longo

É 31 de Agosto. Supostamente os resultados das colocações de professores sairiam hoje.
Desde manhã que estou agarrada ao computador, na vã esperança de ver no ecrã o que será a minha vida para o ano. Nos noticiários nem uma palavra sobre o assunto. Só podem estar a gozar.....

São quase 19h, a hora a que o Ministério anuncia que sairão as colocações. A ansiedade é mais que muita, mas não se pode fazer nada a não ser esperar. Desesperar também não é solução, porque na realidade é algo que não depende de mim. O que está feito está feito, de consciência tranquila mas coração em sobressalto.

Numa sórdida tentativa de acalmar este estado de alma, fui navegando por páginas de quem partilha a mesma dor que eu. As páginas de quem está na mesma situação, ou simplesmente de quem pensa sobre os assuntos sem se deixar levar pela informação manipulada pela comunicação social.

Apetece-me partilhar algumas coisas que fui encontrando e que refletem bem o que este dia tem sido para milhares de portugueses, que "só" têm na mão a educação dos filhos desta nação que ainda não percebeu bem no que se está a meter.

Do blogue "Aventar" - Professores: o dia mais longo.

Do jornal "Negócios Online" - O prior do Crato.

E uma série de imagens que valem bem mais que qualquer palavra que eu possa dizer mais.





quinta-feira, 9 de agosto de 2012

E o raio do Agosto que não passa

Estou de neura, pronto.
Não gosto de Agosto, que me lembra que a qualquer altura me podem mandar para onde não quero. Não gosto do calor, não gosto da areia na sanduíche que como na praia nem da água que só fica fria quando sou eu a ir para a praia. Não gosto dos mosquitos à noite. Não gosto de ter saudades.

Gosto de Setembro. Gosto do cheirinho das castanhas assadas, das campanhas escolares nos supermercados, dos cadernos novos e das canetas que já vou comprando ainda antes de saber quem são os alunos. Gosto da esperança do que começa. Gosto dos planos que vou fazendo. Gosto de ti ao fim do dia.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Da luz que os meus olhos vêem


Só agora percebi o fado do Carlos do Carmo. A luz pura que emana de Lisboa, o tal ponto luz a que alguém bordou esta cidade.
Do outro lado do Tejo, por ruelas esconsas e pelo meio de trânsito meio regulado meio por regular, correu-se até à beira do rio. E do Cacilheiro Lisboa emerge como o cenário que enquadra perfeito a luz da tarde que me sorri. Como no Tejo se bordam lençóis.
Metros e automóveis à parte, completamente alheia à confusão, é do terreiro do Paço até Cacilhas que vou sendo feliz, que o sol quente da tarde me aquece o coração. A tarde é rematada já do outro lado do rio num cenário bucólico de aventuras de crianças, coroada pelo som do Tejo que nos acompanha o passeio e pelo ouro que emana do Cristo-Rei avistado ao cimo de um caminho que jamais esquecerei.
E é hora de retornar a casa e agradecer a noite que se transformou em dia e se tornou na luz pura que os meus olhos vêm todas as manhãs, que me alegra o dia à medida que passa.

domingo, 1 de abril de 2012

Domingo de Ramos. Ou da paixão do Senhor.

Hoje é domingo de Ramos.
As leituras de hoje propostas pela Igreja fazem-me reflectir sobre aquilo que são os nossos dias. O Cristo condenado à morte continua hoje a ser levado ao cadafalso bem mais perto de nós do que imaginamos.
"Hossana ao Filho de David! Bendito o que vem em nome do Senhor!". E foi aclamado por entre palmas e capas estendidas no chão enquanto entrava em Jerusalém.
Alguns dias depois são as mesmas vozes que perante Pilatos gritam: "À morte! À morte! Crucifica-o!".
É fácil para nós pensar: realmente, que hipocrisia. Como tiveram coragem de ser assim? De mandar crucificar quem tinha sido tão bom para eles?
Agora a parte difícil é pensar se nós não faremos o mesmo todos os dias.
Quando mudamos de ideias consoante o que mais nos convém. Quando viramos a cara a quem de nós necessita, seja de uma companhia, de uma palavra, ou de qualquer outro tipo de apoio. Quando nos é difícil desinstalar e abdicar do conforto monetário e social para descer à valeta e ajudar a erguer os párias da nossa sociedade.
Todos os dias pedimos a Pilatos que mande alguém para a cruz sem nada fazermos.
Está na altura de ser como o bom ladrão. Olhar para o lado e reconhecer as nossas fragilidades.
E mudar.
E ser o domingo de Páscoa todos os dias ao estender a mão a quem carrega todos os dias a sua cruz. Porque a minha fica mais leve quando te ajudo a carregar a tua.

domingo, 11 de março de 2012

Cantigas da Rua... com broas de batata

Voltar a casa ao fim de tanto tempo longe tem sempre qualquer coisa de diferente. Desta vez foram as broas, bem regadinhas com a luz criadora do sol que também quis aparecer para ajudar a aquecer o dia. Na Rua das Parreiras as janelas do rés-do-chão ainda estão abertas a quem passa. As janelas e as portas, que os vizinhos são família e quando é preciso entram casa a dentro para dar ou pedir qualquer coisa ou simplesmente porque apetece dar dois reis de conversa.

E foi na Rua das Parreiras, na casa da D. Olívia, que nos juntámos para fazer as benditas broas de batata. Feitas à moda antiga, por uma receita escrita à mão e habilmente passada a limpo numa máquina de escrever sobre um papel que hoje é amarelo de tanto tempo que tem de vida, numa grande gamela segura por alguém. Sim, que as mãos de quem amassa só se podem ocupar com essa tarefa hercúlea de misturar os ingredientes e imprimir à massa aquela vontade de crescer, sem grumos da batata ou da farinha, e com as passas bem espalhadinhas, não vá alguém ficar com uma broa sem o devido recheio.


E no fim ainda há a parte principal, que é benzer as broas com a tesoura. Não vá o diabo tecê-las e em vez de broas saem-nos do forno pães ázimos, qual última ceia (que por acaso cá em Montemor quando é celebrada nos permite sempre comer os melhores folares do ano!).

Cantou-se, dançou-se, e encheu-se a Rua com o cheirinho das broas acabadinhas de sair do forno com o espanto de quem estava face ao tamanho com que as ditas iam saindo. Sim, que os ovos eram caseiros e toda a gente sabe que assim a massa cresce muito mais...
.

 O Bruno preparava o almoço, a Mariana animava as hostes e ocupava-se da construção do site do Grupo, e eu resumia-me à insignificante tarefa de segurar a gamela à mestre broeira que já fazia destas delícias ainda antes de eu me conhecer como gente. A D. Adelaide com a sua presença simples e delicada era a nossa voz de consciência, e a vizinha que passa para o que der e vier. Seja como for, o Fado da Sina saía pela janela, a Milú, o Tony de Matos e a grande Hermínia Silva também fizeram soar as suas vozes nesta tarde soalheira. Já diz a canção: "Cantiga da Rua, que sobe e flutua e não se detém.... vai de boca em boca, não é de ninguém".

Realmente não há outra rua em Montemor como a das Parreiras. Os habitantes na sua maioria ali foram nascidos e criados, e aquelas vielas já viram correr muitas gerações de pés, e muitos jogos de escondidas que só acabavam com a avó que gritava "Ó Riiiiiiiiita, anda tomar banho que não tarda o jantar está pronto".

Dali as broas seguiram para a Torre, que é dia de procissão e o povo gosta de ter com que confortar o estômago no fim da caminhada.
Soube bem. Mais que as broas (que ficaram deliciosas), o processo.


quarta-feira, 7 de março de 2012

Um bolinho a experimentar

Pois é, a vida tem destas coisas.
Eu a ver uma receita decente para fazer lulas estufadas (sim, que neste campo sou marinheira de primeira viagem, e por mais que queira nunca hei-de chegar aos calcanhares da minha mãe Ana), e pronto. Os olhos vão é para o que eu prometi a mim própria que não ia fazer: comer gulodices. As calças já apertam e a Páscoa está aí com as roupas novas e a neura do costume na loja porque do que gosto não há que me sirva, e do que me serve não gosto de nada.
Mas vamos ao que interessa (ou não, dependendo se o post é lido na Quaresma ou na Páscoa). Bolo de Côco. Daqueles bem bons, nada secos, de comer e chorar por mais. Pelo menos é o que a receita promete.
Para já não pode ser. Tenho de me portar bem para não ter de comprar roupa nova (para além da da Páscoa, claro) que é tempo de crise. Mas assim que voltar a caber nas minhas calças de ganga favoritas que comprei no meu 1º ano de faculdade, ai vou experimentar, vou.
Ora vejam só (e passo a transcrever):

"Ingredientes:

3 ovos
o peso dos ovos em açúcar
o peso dos ovos em farinha com fermento
2 colheres de sopa de leite
2 colheres de sopa de côco ralado
125g de manteiga

300 ml de leite
côco para polvilhar


Preparação:

Bata a manteiga com o açúcar até ficar bem cremosa. Adicione depois as gemas e o leite e misture bem.
Bata as claras em castelo e misture a farinha com o côco. Alternadamente junte as claras e a farinha com o cõco à mistura das gemas.
Unte uma forma rectangular de bolo inglês com manteiga e polvilhe com farinha. Coloque a mistura na forma e leve a cozer em forno médio (180ºC) durante cerca de 40 minutos ou até o bolo estar cozido.
Deixe depois o bolo arrefecer dentro da forma e pique-o todo muito bem com um pequeno espeto.
Aqueça bem os 300 ml de leite e verta-o sobre o bolo de modo a que este embeba todo o leite. Ao início poderá parece-lhe que o bolo não tem capacidade para embeber todo o leite, mas é mesmo assim. Deixe arrefecer novamente e desenforme cuidadosamente o bolo colocando-o no prato de servir.
Polvilhe então com côco ralado a gosto."



Devo dizer que esta receita (e a belíssima foto - digam lá se não tem mesmo ar de ser uma delícia...) é da Joana Roque, mais uma vez, a autora que me salvou a vida.

O original pode ser encontrado aqui:
 http://paracozinhar.blogspot.com/2012/03/bolo-encharcado-de-coco.html 

Depois da Páscoa (e de conseguir voltar a caber nas calças) prometo que dou mais notícias a respeito deste pedaço de bom caminho.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Há dias assim

Há dias assim
Em que a ternura nos invade,
Em que o coração não está no nosso peito.
Há dias em que eu sou tu.
Há dias em que eu não tenho jeito.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Fomos cantar as Janeiras

O cantar das Janeiras é uma tradição que em Portugal se vai perdendo. Mantém-se em algumas aldeias do interior, mas a pouco e pouco vão passando a ser quase exclusivas de grupos etnográficos que se recusam a deixar cair a tradição.
Pois nós resolvemos reacender a tradição. Confesso que no passado, quando o fizemos pela primeira vez, ia um pouco receosa do frio e das caras fechadas que nos pudessem abrir a porta. Contudo, depois da primeira latinha de bolachas de manteiga, os cálices de vinho do porto que nos iam oferecendo, os sorrisos que nos iam acolhendo, tudo isso ficou para trás. E o receio deu lugar à alegria e ao entusiasmo.
Este ano saímos à rua outra vez. Não houve frio que chegasse, nem cansaço que desanimasse. Já haviam casas à nossa espera com jantar ou lanche, e poucos foram os sítios onde não nos fossem oferecidos pequenos mimos para adoçar o caminho.
Guardo com particular carinho a expressão amorosa da da Dra. Ana, a alegria dos aplausos da dona Leopoldina (e o seu fantástico licor de morango) e a casinha modesta onde a dona da casa, acamada e já com mais de 100 anos, ainda manifestava a sua alegria de nos receber. Foi talvez o melhor dia. Para o coração, pelo menos.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O sino da minha aldeia


Este sábado fui a casa. A Montemor-o-Velho.
Assim que cheguei e parei o carro, estava a tocar o sino da torre do relógio do castelo, que ainda marca o ritmo dos dias das pessoas da terra. De repente, parecia que nunca saí de lá. Mas ao mesmo tempo que a consciência da partida voltava, deu um aperto cá dentro... E não pude deixar de me lembrar destas palavras que desde então todos os dias recordo, mesmo sem querer.

"Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.

E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.

Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho,
Soas-me na alma distante.

A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.

Fernando Pessoa.


sábado, 7 de janeiro de 2012

As laranjeiras da minha rua


Na rua que dá acesso à praceta onde moro existem várias laranjeiras que nesta altura do ano estão lindíssimas. Devidamente tratadas na altura da cura e da poda, agora estão carregadinhas de laranjas com cores bem apetitosas.
Contudo, quando nos deixamos levar pela tentação e apanhamos o fruto, depois do trabalho de retirar a casca, deparamo-nos com um sabor azedo e amargo, que não serve nem para fazer sumo.

As laranjeiras da minha rua fazem-me lembrar algumas pessoas que há por aí. Quantas e quantas vezes nos deparámos com alguém tão bonito, tão bem arranjado, tão bem falante, tão de boas famílias e de tão valoroso estatuto social, mas que depois, despojado da sua casca, não tem mais que gomos azedos para dar?

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Ainda a respeito do novo ano

À procura de calendários para o fundo do meu ambiente de trabalho deparei-me com a seguinte frase:



Logo a seguir, cai-me a seguinte imagem no ecrã:




Em que ficamos?
Não sei. Se calhar as duas complementam-se.

Feliz Ano Novo. Outra vez.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Ano Novo... vida nova?

Pois concerteza. Pelo menos é o que reza a tradição, e é o que toda a gente deseja.
Este ano parece ser terrivelmente pouco auspicioso. A crise de que tanto se fala desde há uns anos a esta parte parece finalmente ter chegado para ficar. Prova disso são as notícias que vão chegando todos os dias aos nossos jornais televisivos.

Ao chegar a meia noite fazem-se os desejos para o novo ano, tomamos resoluções que não sabemos se somos capazes de cumprir, comem-se as passas e abre-se o champanhe. Nos noticiários do meio dia a criste é esquecida e as imagens das trafulhices e desgraças são substituídas por são substituídas por lindos fogos de artifícios lançados pelo mundo fora.

 E pronto, no dia seguinte a crise voltou a ser a mesma, faz-se a contabilidade dos mortos e feridos registados na operação de Natal da GNR nas nossas estradas e procuramos dietas que nos permitam perder os quilinhos ganhos com os doces do Natal. A vida voltou ao normal.

Creio contudo que há uma pequena luz de esperança que se teima em esquecer. Há uma semana celebrámos o nascimento de um menino que, ao crescer, nos mostrou que o Mundo pode ser bem melhor se deixarmos de ser egoístas, se passarmos a viver com o Amor pelos outros, a verdade e a justiça como bases inabaláveis da nossa conduta.


Acredito nesta mensagem com todas as minhas forças e com todo o meu coração. Está nas nossas mãos mudar o mundo e acabar com a crise.

Por isso mesmo, o meu maior desejo para 2012 é que todas as pessoas da Terra tenham consciência da força que têm, que todos sejamos capazes de abraçar este estilo de vida, dentro de qualquer religião, crença ou ausência dela que cada um de nós possa ter. Que todos possamos ser capazes de fazer deste mundo um sítio melhor para os outros viverem. Que sejamos capazes de ser obreiros da Paz nos nossos corações e no mundo.

Feliz Ano Novo!