quinta-feira, 14 de julho de 2011

Tardes alentejanas

Não, não é na planície que passo as tardes, debaixo dos chaparros a sonhar com a praia. É em casa, numa paz que faria inveja ao próprio Ghandi.

Hoje em casa tudo dorme. Os bichos cá de casa estão cada um em seu canto a dormir a sono solto. Não se ouve sequer uma mosca. Eu, de volta da última monografia do ano. Nada para me distrair, portanto.

Lanche.
Uma bela taça do fantástico "verdadeiro sorbet" de tangerina vindo directamente do super (mini) mercado da esquina, trazido ontem para uma sobremesa de um jantar que não chegou a ser comida. Pelos vistos o pessoal anda a olhar pela linha. Mais fica.
Sorbet de tangerina e o bolo escangalhado que ontem fiz à tarde e se agarrou todo à forma.
Catita.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Fóssil... vivo?

Acabei de descobrir que o Archaeopteryx... pode bem ter encarnado no meu cão.



Tita


Era uma gata destinada a morrer.
Deixada ao abandono quando ainda nem tamanho tinha para miar, foi salva das ruas de Portel com muita fome, muitas pulgas e um olho com uma infecção prestes a rebentar a qualquer momento.
Quando ao telefone um certo mafarrico me disse que ia trazer tal bicho, ia trepando pelas paredes. Afinal de contas um cão, um gato-cão e uma tartaruga já eram trabalheira que chegasse. Mas pronto, o coração como sempre amoleceu e lá veio a desgraçada.
Desgraçada mesmo.
A somar a todos os infortúnios acima descritos, a pequena (e se era pequena!!!!) tinha ainda uma barriga descomunal, sinal de pouca comida e muitas lombrigas. Lá levou um banho descomunal, inversamente proporcional ao seu tamanho e uma bela tigela de paté wiskas que o Faísca ficou a invejar durante muito tempo.
Ficou e cresceu. Chama-se Tita e agora é uma gata que não tem problemas nenhuns em trepar pelas calças acima a pedir comida ou em rosnar a quem quer que se aproxime do seu prato da comida. O olho ficou (quase) normal e o passatempo favorito é brincar com o gato no meio dos arbustos de buxo no quintal. Tem uma cauda super comprida que enrola na ponta como a dos macacos e passa horas sozinha em lutas de morte com as tampas das garrafas de água.
O que é certo é que não me apetece nada trabalhar e escrever sobre a gata é uma desculpa tão boa como qualquer outra :)

domingo, 10 de julho de 2011

Com um cheirinho a férias. E a papel de impressão.

Voltei.
Outra vez.
Se tivesse 5 euros por cada vez que disse isto, tinha dinheiro suficiente para morrer de diabetes à custa dos swirls de café do dolce vita. Mas pensando bem, a parte engraçada é que de volta em volta mais pareço um fuso de roca. Não interessa. Estou cá outra vez.

As aulas acabaram. Faltam os malfadados relatórios de direcção de turma, de apoios, de AECs, de avaliação da formação que fiz e não me serviu para nada. Tudo feito. Excepto o da formação. Por isso já me cheira a férias.
Num fim de semana mais alargado (coroado pelo ponto alto que foi a missa campal na Barca, com muito sol, rabujices de senhoras que não querem ficar atrás na fila do coro e vento para dar e vender) vim até Montemor. E, como não podia deixar de ser, um pulinho a Coimbra para matar saudades dos meus queridos gelados favoritos (que no Dolce Vita são bem melhores que no Fórum) e dar uma vista de olhos aos escaparatos da Bertrand.

Com a crise já nem a Bertrand é o que era. O pessoal passa, tira o livro, lê o resumo na contra-capa ou então abanca por ali e lê aos bocadinhos sempre que tem oportunidade de se escapar até ao centro comercial. Mea culpa, que eu também fiz parte do grupo. Já lá vai o tempo em que passava os olhos pelos resumos e levava um ou dois livros para casa que devorava em menos de nada. Agora...

Agora pego nos livros e aprecio o cheiro do papel, a beleza das capas e, em muitos, o cuidado da edição. Se o artigo não vende, refina-se a embalagem. Descobri na livraria uma nova forma de lazer: apreciar a beleza física de um livro. Não chegará aos calcanhares do pôr do sol na Figueira, mas tem muito também que se lhe diga.