terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Há dias assim

Há dias assim
Em que a ternura nos invade,
Em que o coração não está no nosso peito.
Há dias em que eu sou tu.
Há dias em que eu não tenho jeito.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Fomos cantar as Janeiras

O cantar das Janeiras é uma tradição que em Portugal se vai perdendo. Mantém-se em algumas aldeias do interior, mas a pouco e pouco vão passando a ser quase exclusivas de grupos etnográficos que se recusam a deixar cair a tradição.
Pois nós resolvemos reacender a tradição. Confesso que no passado, quando o fizemos pela primeira vez, ia um pouco receosa do frio e das caras fechadas que nos pudessem abrir a porta. Contudo, depois da primeira latinha de bolachas de manteiga, os cálices de vinho do porto que nos iam oferecendo, os sorrisos que nos iam acolhendo, tudo isso ficou para trás. E o receio deu lugar à alegria e ao entusiasmo.
Este ano saímos à rua outra vez. Não houve frio que chegasse, nem cansaço que desanimasse. Já haviam casas à nossa espera com jantar ou lanche, e poucos foram os sítios onde não nos fossem oferecidos pequenos mimos para adoçar o caminho.
Guardo com particular carinho a expressão amorosa da da Dra. Ana, a alegria dos aplausos da dona Leopoldina (e o seu fantástico licor de morango) e a casinha modesta onde a dona da casa, acamada e já com mais de 100 anos, ainda manifestava a sua alegria de nos receber. Foi talvez o melhor dia. Para o coração, pelo menos.