sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Neurose

Adoro o Natal. Mas este ano traz o sabor amargo da crise que monopoliza o espaço que antigamente era reservado para os pais natais vermelhuscos da coca-cola e popotas rotundas que (acho eu) têm um ódio de morte das Leopoldinas anoréticas e esmifradinhas das canelas.
Para o diabo com a crise! Há mais de uma semana que ando desejosa de comprar uma árvore de Natal com enfeites, luzes e tudo aquilo que tenho direito para ao menos ao entrar em casa conseguir expulsar lá para fora tudo o que é pensamento menos luminoso.
E lá fomos nós para uma grande superfície escolher a dita planta (artificial, que o ambiente também não anda lá muito bem de saúde) e todos arrebiques que lhe possa pendurar. Pelo caminho (apesar de já levar uma grande neura em cima) ia-me animando com a ideia de ainda conseguir trazer uma coroazinha para pendurar na porta de entrada.
Primeira paragem: árvores. Não encontrava a que queria. Passei aos presépios. A neura começava a desaparecer e quando cheguei às caixas de música já andava no sétimo céu dos mecanismos de corda e plim plins e comboios e patinadores a passear animadamente à volta de laguinhos de espelho em minúsculas vilas Natal que já me faziam sonhar e voltar a ser criança.

Veio o Velho do Restelo.
Contas feitas, ainda ia ser uma pipa de massa e se calhar os chineses tinham mais barato. E é melhor ir embora que já começava a haver fartura de tanto boneco, bolas, luzes de LED, pinheiros e afins.

E pronto.
O espírito de Natal foi para a Lapónia e eu regressei à Terra fria com vontade de pedir boleia a uma qualquer rena que passasse por ali.
Haja paciência....

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Já soa a Natal

Tinha eu acabado de chegar à igreja, prontinha para começar mais um piccolo ensaio com os piccolos da catequese, fui convidada de forma muito veemente para o cumprimento de uma promessa que envolvia camarões, uma carta de condução e uma certa Rosa Amélia.
Ora, como dois anos volvidos ainda alguém se podia arrepender e a dita promessa não seria cumprida, lá seguimos direitinhos à Figueira. É claro que pelo caminho se ouviu (e cantou, obviamente) alto e em bom som toda uma selecção de músicas de Natal. No fim do almoço toca a ir ver o mar, e cantar todo um espírito que ainda mal se começa a descortinar nas montras das lojas, mas que já ferve no canto e na alma dos ocupantes do Micra Verde de direcção insistida.

E no meio de tanta variedade, descobrimos uma pérola que passo a mostrar. E como dizia alguém, It's beggining to look a lot like Christmas.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Eu e a cozinha

Posso dizer que adoro cozinhar. Odeio é ter de fazer o jantar todos os dias. Ou seja, não gosto de nada que me seja imposto ou que tenha de fazer por obrigação. Ou pior ainda, estar a fazer o jantar e a pensar na pilha de testes para corrigir ou nos powerpoints que ainda tenho para fazer para a aula de amanhã. Também odeio arrumar a cozinha no fim. Mas isso é para outro campeonato.

Voltando à cozinha, descobri um livrinho que basicamente me tem salvo a vida. Foi num daqueles belos dias em que fui aos correios e, entre tanto reformado a pagar contas e receber pensões, não há nada mais que possamos fazer senão ler os títulos que vão aparecendo nos escaparatos à espera que alguém os leve.
"Feito em Casa", de Joana Roque.



Saltou-me à vista o desenho da capa (eu sei que não é assim que se julga um livro, mas os olhos também comem, não é verdade?) e depois de passar os olhos pelas páginas e pelas fotografias, decidi que era boa altura de ser uma boa menina e começar a fazer refeições como deve ser. Perdi a cabeça, e comprei-o. Fácil e prático, e às vezes nem por isso quando a iguaria ou a ocasião assim o exige, passou a ser o meu fiel companheiro na hora de ir às compras buscar coisas para o jantar.
A internet às vezes também ajuda (afinal de contas é como a mercearia da Fatita: tem tudo), mas com tanta receita sobre o mesmo tema, como é que a malta escolhe? Além disso nem sempre há ideias para saber o que procurar...

Seja como for, obrigada Joana. Salvaste-me a vida. E a hora do jantar.

PS - para quem quiser saber mais, a autora tem um blogue  (aqui ) onde continua o excelente trabalho que deu origem ao livro.