domingo, 1 de abril de 2012

Domingo de Ramos. Ou da paixão do Senhor.

Hoje é domingo de Ramos.
As leituras de hoje propostas pela Igreja fazem-me reflectir sobre aquilo que são os nossos dias. O Cristo condenado à morte continua hoje a ser levado ao cadafalso bem mais perto de nós do que imaginamos.
"Hossana ao Filho de David! Bendito o que vem em nome do Senhor!". E foi aclamado por entre palmas e capas estendidas no chão enquanto entrava em Jerusalém.
Alguns dias depois são as mesmas vozes que perante Pilatos gritam: "À morte! À morte! Crucifica-o!".
É fácil para nós pensar: realmente, que hipocrisia. Como tiveram coragem de ser assim? De mandar crucificar quem tinha sido tão bom para eles?
Agora a parte difícil é pensar se nós não faremos o mesmo todos os dias.
Quando mudamos de ideias consoante o que mais nos convém. Quando viramos a cara a quem de nós necessita, seja de uma companhia, de uma palavra, ou de qualquer outro tipo de apoio. Quando nos é difícil desinstalar e abdicar do conforto monetário e social para descer à valeta e ajudar a erguer os párias da nossa sociedade.
Todos os dias pedimos a Pilatos que mande alguém para a cruz sem nada fazermos.
Está na altura de ser como o bom ladrão. Olhar para o lado e reconhecer as nossas fragilidades.
E mudar.
E ser o domingo de Páscoa todos os dias ao estender a mão a quem carrega todos os dias a sua cruz. Porque a minha fica mais leve quando te ajudo a carregar a tua.

1 comentário:

  1. António Louro Alves2 de abril de 2012 às 10:44

    Como seria bom que todos os que ouvem estas leituras, também as escutassem. Excelente seria que, sobre elas, meditassem

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