sábado, 4 de dezembro de 2010

O conforto da lareira

Pode não ser muito, mas sabe a tanto a companhia de um gato que de uma forma desprendida se aninha ao colo como se fôssemos a maior recompensa que o mundo lhe podia dar.
É bom estar junto ao lume quando lá fora o frio não dá tréguas e a chuva martela nos vidros da janela. A banda sonora são "oldies" de Natal, e há velas acesas por todo o lado para criar um ambiente mais acolhedor.
Nem o frio nem a pilha de testes que tenho ao meu lado para corrigir me desanimam. Pelo contrário. O ânimo é cada vez maior e a vontade de sair daqui cada vez menor. Adoro estar em casa. Adoro o lume da lareira, adoro o Natal. Adoro estes dias frios que nos dão que pensar e nos fazem ver que "there's no place like home".

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Greve

Ontem foi dia de greve.
Eu também fiz. Lá se foram 50 euros ao galheiro... mas engrossei as fileiras dos protestantes.
Como o tempo é de crise, em vez de ir para Lisboa, resolvi manifestar-me na Praça do Geraldo, que sempre fica bem mais perto e dá para ir a pé.
Qual não é o meu espanto quando vi a pequena multidão que lá se reuniu. E se digo pequena é porque era mesmo mesmo PEQUENA. Meia dúzia de gatos pingados (estava a chover) e arrepiados lá se concentraram sem força sequer para gritar palavras de ordem. Até os sindicalistas estavam frios. Da animação prometida, só mesmo a que saía pelas colunas roufenhas da carrinha que abancou por ali. Nada de artistas, nada de animação, que o tempo é de crise mas a chuva manda mais.

Vim de lá mais triste do que fui. Só me apetecia gritar a plenos pulmões o que tanto cantei e clamei enquanto universitária: ACORDAI!!!!!!!!!!!






"Acordai
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz

Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações

Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!"

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Obras....

A casa está em obras. De pantanas, literalmente.
A casa de banho é algo de semelhante a uma cratera de impacto (deve ter sido assim que morreram os dinossauros) e a cozinha é uma espécie de monte de móveis através dos quais temos de fazer corta-mato para chegar ao terraço. Uma capa de pó (com um bocado de sorte serve de protecção aos móveis) instalou-se por todo o lado, e quando chego a casa é pedreiros, canalizador, carpinteiros, e outros que não são nada disso mas que aparecem para dar umas opiniões, a mandar vir cada um para seu lado.
Aquilo que começava (finalmente) a ser um belo refúgio no meio da cidade passou a ser um campo de batalha. Com um bocado de sorte, pode ser que no fim de semana emigre para um lado qualquer....

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Quentes e boas

Sábado à noite.
Depois de uma looooonga formação (em que se viu tudo menos o maldito plasmídeo da bactéria) soube mesmo bem chegar a casa e ter um abraço deeeeeeeeeeeeeeeeste tamanho à espera e um cão saltitão a reclamar os mimos que durante a tarde estiveram ausentes. Melhor que isso, "e se fizéssemos umas castanhas?" Ora isso nem se pergunta.

Tarde fria, noite escura, e eis que o diabo começa a atear a fogueira onde as ditas iriam ser sacrificadas. Ouvia-se o sal a estalar e a fazer crescer água na boca enquanto antevia o pitéu que se avizinhava. Mafarrico e saltarico rondavam o fogareiro e pouco depois traziam consigo as castanhas. Quentinhas, bem abertas (para não dar trabalho a descascar) e com sal q.b. para dar o gostinho.

Há muito tempo que não comia castanhas tão boas.
Nem que me soubessem tão bem.
Viva o Outono!


sábado, 16 de outubro de 2010

Fim de semana

Depois de uma semana de trabalho que passou a correr, eis que chega o desejado fim de semana. Para a maioria, tempo de descanso. Para quem é professor é tempo de pôr em dia o trabalho que durante a semana fica por fazer. A mim espera-me uma pilha de testes e relatórios para corrigir.
Vale-me a boa companhia, embora o incentivo deixe muito a desejar...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Casa Nova


Não há nada melhor que mudar de ares, mudar de vida, mudar de casa. Com o início do ano vieram muitas mudanças, e com elas a casa.
Agora vivo num castelo encantado, de paredes altas e escuras e divisões escuras e vazias que me devolviam o eco da minha voz. Os tectos no entanto, são fabulosos, redondos em que do encontro dos arcos descem os candelabros. O jardim é um espaço cheio de obstáculos ainda, de ervas altas que crescem e escondem tesouros.

Com o tempo, vai-se espalhando magia e as paredes branqueiam, a luz entra pelas janelas rasgadas e vão-se semeando as flores que nascerão com o novo ano. A casa vazia enche-se de vozes, de movimentos, de intimidades, de alegrias. E o eco deixa de ter lugar.
Falta tudo, mas não falta nada. O espaço constrói-se, modifica-se. Mas o coração está cheio, tal como a luz de fim de tarde que entra pela janela do salão que inunda a escadaria mal se passa a porta de entrada.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Mau tempo

Viagem infernal, again.
A1 em todo o seu esplendor: condutores ansiosos por chegar não sei onde (também não sei qual é a pressa; ainda se fosse para ir de fim de semana, agora para regressar ao trabalho... vá-se lá perceber porquê), água a cair a cântaros e sem se ver um palmo à frente do nariz. Ou dos faróis do carro, neste caso.

Só o Faísca, o meu cachorro tipicamente rafeiro (sim, que o pobre nem as orelhas tem iguais, mas isso ficará para um post posterior) foi capaz de perceber o quão triste é depois de uma viagem destas apanhar uma molha descomunal enquanto descarrego o carro com as tralhas que trouxe de casa. Quero lá saber dos carros que ficaram soterrados ou das estradas que ficaram intransitáveis.... O que é mesmo mesmo chato é ter molhado as únicas botas que trouxe de casa. Hoje vim de ténis. Ainda bem que não chove.Valeram-me os mimos do cachorro e o belo frango estufado que a minha mãe mandou de casa. Mas confesso que estou contente com a chegada do tempo frio. Tenho uma lareira à espera para acender....

sábado, 2 de outubro de 2010

Outono

Adoro o Outono.
Ontem, chegada de uma longa viagem pela A1 a rebentar de condutores furiosos, nada me deu mais gosto do que embrulhar-me numa mantinha no sofá. Sim, que os fins de tarde já começam a ficar mais frios.

Hoje de manhã, mais um casamento. Mais um sucesso das fabulosas "Casamenteiras de S. Martinho". Risos como de costume e boa disposição para dar e vender. Haja alegria! Mas os vestidinhos de cerimónia já começam a ser desconfortáveis e os pés já ficam frios dentro das sandalocas. Meiocas e chinelos felpudos, foi o que primeiro procurei ao chegar a casa.
A luz dourada do fim de tarde foi perfeita para, na companhia de D. Sancho, preparar o meu trabalho da semana junto à janela. E que bem que soube o chocolate quente que a minha mãe veio trazer. Isso e as fantásticas bolachas de manteiga do continente. Hmmmm.... Assim até o ADN do meu powerpoint dança o fandago!

Estou ansiosa pela nova bicla simpaticamente cedida pelo evento Bikevora (em troca do dinheiro da inscrição, é óbvio), para poder desfrutar destas tardes magníficas a ver cair as folhas ao longo da ecopista. E do cheirinho das castanhas ao fim da tarde, seja na Praça do Giraldo ou na baixa de Coimbra. Venham elas. Quentinhas e boas!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

De volta

Depois de tanto tempo sem postar, hoje decidi pôr mãos à obra.
Desde a última entrada, muita coisa aconteceu.

Começou o ano lectivo. Só isso é motivo de andar maluca, pois adoooooooro o mês de Setembro. Adoro o início do Outono, as primeiras chuvas, os novos materiais, os novos alunos e colegas. A escola, basicamente. Tudo é novo e tudo tem potencial à espera de ser descoberto e explorado.



Ano novo, casa nova. Quer dizer, não é bem nova, mas é espectacular e nada que um jeitinho não resolva. Será um autêntico palácio. Para começar, um quintal enorme, muita luz, muitas janelas. Um terraço e... um cão.
É verdade, adoptei um rafeiro. E tenho a casa em obras. E estou a preparar alunos para exame. E a fazer formação.

Só tenho uma palavra: Bru-tal!

domingo, 29 de agosto de 2010

Sesta

Hoje dormi das maiores sestas de que tenho memória.
Deitei-me no sofá e acordei 3h depois.
Foi a custo que me levantei (estava lá tãaaaao bem), mas já era um bocado vergonhoso passar tanto tempo a dormir num sábado à tarde... Mas uma coisa é certa. Soube-me às mil maravilhas!

Adoro sestas!

sábado, 28 de agosto de 2010

No início...

...era o Verbo. Assim começa o Génesis.

O meu início é diferente.
Em vez do calmo espírito que vagueia sobre as águas silenciosas, o meu voa a grande velocidade, acompanhado pelo tropel do meu coração. O entusiasmo cresceu, sonhei acordada com o que ainda há-de vir.

Estou de mal com o tempo. Fugiu-me quando não queria, agora que quero (e quero tanto) que voe, teima em não avançar. Quero que comece. Quero avançar. Quero dar asas ao que me vai cá dentro e começar a construir.

Quero dançar. Quero que a luz da noite me entre de novo pela janela e não saia nunca mais.
Quero tudo. Não quero nada.
Mas desejo. Muito.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A pouco e pouco

A pouco e pouco os degraus vão-se subindo.
O grau académico que se conquista, o trabalho (ou a falta dele) que deixa de ser uma preocupação, o cantinho que se começa a preparar.
Tenho o coração cheio. Feliz. Pleno de sonhos e de projectos.

Olha, afinal tenho asas e não sabia :)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Quase a chegar...

Foi longo o trabalho, os dias agarrada ao computador para levar até ao fim esta tarefa que já arrasto há tantos anos. Falta pouco. Sinto-me como se estivesse a chegar à porta do cimo do poço iniciático. Já só falta um bocadinho assim... Agora é o sprint final. Até finalmente ver a luz do sol e alcançar a mestria :)

domingo, 22 de agosto de 2010

Amizade

Engraçado como a vida nos surpreende.
Fui ao casamento de um amigo. De um bom amigo, de longa data.
Fomos distribuídos pelas mesas, e para além de um casal meu amigo, não conhecia mais ninguém na mesa. Mas passei a conhecer. E qual não é o meu espanto, quando me apercebo que entre os meus interlocutores está alguém que me impressiona pela sua beleza interior, simplicidade e bondade de carácter. "Vamos ser amigas", dizia ela. Não ouvia esta frase desde os meus tempos de escola. E soube tão bem...
Amizade simples, calorosa, sensível, sem qualquer outro intuito ou interesse.

Incrível, o casamento de um amigo traz-me a oportunidade de rever amigos que estão longe e no fim ainda sair mais rica com novas amizades começadas. M. e E., vamos ser amigos :)

Amigos trazem amigos. E ainda bem que assim é.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Genial :)

Pedra, papel, tesoura...

Eu sei que corro o risco de ser maçadora. Mas em fase de final de tese, bem, o tempo foge e poucos são os momentos que não passo frente aos livros e ao pc. Basicamente é o trabalho que vai dominando os meus dias.

No entanto, também o trabalho tem quem o domine... e não sou eu. Alguém conhece o jogo do "pedra, papel, tesoura"? Há sempre um item que pode ser "vencido" por outro e nenhum domina sobre todos.
Eu, o meu trabalho e o meu gato temos sido exactamente assim. Com a casa vazia, tem-me toda só para ele... e para o pc. Que odeia visceralmente e o leva a tomar atitudes como esta


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

By the end of the day

Sexta feira à noite. Tanta coisa para fazer fora daqui, tão pouca vontade para trabalhar. Sobretudo sendo 6a feira 13 (como só descobri já o dia ia a meio). Ainda dá mais vontade de sair por aí a desafiar a sorte.

Talvez seja por isso que me deu esta vontade urgente de postar qualquer coisa no blogue. E de ir à casa de banho. E de beber água. E de ir buscar uma coisa qualquer para completar o jantar. E de voltar a beber água. E de ir buscar um copo de sumo porque a água não está fria. E de mandar umas mensagens no telemóvel que noutra altura que não esta poderiam esperar. E de mudar o pc e todas as pilhas de papel que neste momento o acompanham para um sítio com menos melgas. E de fazer qualquer coisa menos o que devo.

No meio disto tudo, o único ser vivo concentrado é o meu gato. Do tapete passou ao meu pc, que lhe estava a roubar a atenção que sua excelência achava que merecia.
Cuscando uns "oldies" que tenho no baú, redescobri algo que muita gente decerto reconhecerá. Quanto mais não seja porque o seu gato lhes fez o mesmo. Não é dos meus vídeos do Simon favoritos, mas é sem dúvida o que melhor retrata a minha tarde de trabalho.

Relativismos

Enquanto eu vou lutando contra o calor e a tese que nunca mais acaba, as "pancas" do pc e os artigos científicos que são quase incompreensíveis...


... para este senhor a verdadeira ameaça é o tapete. Que inveja gatinho!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ainda a propósito de Oz...

Quem me conhece sabe que tenho um fascínio pelas supostas "bruxas" das histórias infantis (ou não). Contrariamente à maioria das pessoas, nutro por elas uma simpatia que não consigo explicar.

Pois saiu já há uns tempos largos um livro que me chamou a atenção pelo seu título mas que só agora tive coragem de começar a ler. Chama-se "A bruxa de Oz", de Gregory Maguire. E não é que o moço tem exactamente a mesma opinião que eu?

Nem tudo é o que parece. Também Elphaba (a bruxa má do Oeste) não é malvada. É uma lutadora pela liberdade, dotada de uma inteligência fora do comum e com convicções que a fazem mover céus e terra para libertar Oz da tirania do Feiticeiro.

Sinceramente, gostei. Bem e Mal são conceitos muito relativos, e definitivamente, NADA é o que parece.

Recomendo.

Feiticeiro de Oz

Há 70 anos estreava um dos filmes que mais me fez sonhar na minha infância: O Feiticeiro de Oz.
Embora filmes a preto e branco não fossem os mais atractivos para uma criança ou uma pré-adolescente, há que reconhecer que me prendeu do início ao fim quando o vi pela primeira vez na RTP. E desde então muitas foram as vezes que repeti esta delícia de filme.

Gosto sobretudo da música que foi imortalizada por Judy Garland: Somewhere Over the Rainbow. Identifico-me com ela sempre que as nuvens negras se começam a acercar no horizonte. E faço minhas as suas palavras: "Birds fly over the Rainbow / why, then, oh why can't I?".
E voo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O princípio...

Há muito muito tempo tive outro blogue. Depois desisti.
Agora resolvi recomeçar. Vamos ver no que dá.