quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Back in business

Já lá vai muito tempo desde o meu último post.
Desde então muita coisa aconteceu. Aconteceu o Natal (o grande grande e fixe fixe Natal), o Ano Novo e as Janeiras. Mas uma coisa de cada vez.
Natal.
Na casa em Évora, consegui inspirar algum espírito natalício. Comecei com três figurinhas arrumadas a medo num saco da Casa Milho, mas que o gato descobriu rapidamente e pôs a nu todo o meu plano. No problem. Quando regressei do fim de semana, tinha uma bela surpresa na mesa do terraço: um cesto de musgo. Contentíssima, fui roubar tijolos da lareira e tacos velhos, orégãos das azeitonas e lá montei o meu modesto presépio. Três figuras, mas é melhor que nada. No dia seguinte fui comprar as outras, porque alguém, ao chegar a casa, pergunta "então onde está o resto?". Vindo da boca de quem apregoava aos quatro ventos que não gostava nada dessas coisas, soou-me a música dos anjos. Foi o que quis ouvir, e na entrada, logo ao cimo das escadas, montou-se um belo de um presépio à moda antiga. Faltaram os reis magos, mas no Alentejo os ditos ainda têm cara de quem comeu qualquer coisa estragada. Fica para o ano.
No fim das reuniões, rumei a Montemor.
Quando cheguei a casa a minha mãe tinha 8 presépios novos. Pensei logo: "passou-se de vez". Mas lá bem no fundo, fiquei contentíssima com tanto espírito natalício que reinava por aquela casa. Era presépios, fitas, bolas, velas, luzes, cheirinho a bolos e filhoses, enfim... tudo a que uma filha emigrada no Alentejo tem direito quando chega a casa.
Entre Rafaellos e rapados passaram os dias a voar e chega o Ano Novo.
Do Ano Novo ao início das aulas foi um "vê-se-te-avias" e desde então parece que a casa finalmente começa a ter um ar normal.
Chegou o sofá, fez-se lume na salamandra. Nunca pensei que um sofá fosse motivo para tanto alarido. Até o Faísca e o gato (acho que lhe vou chamar Micróbio) parecem gostar da mudança.
Nos fins de semana em que vou a Montemor, cantamos as Janeiras. Ao frio, com corações quentes movidos a bolachas de manteiga e vinho do porto, regados com a boa vontade de quem abre a porta. Lá íamos de porta em porta, cantando e saltando um refrão aqui e ali, que a noite ia longa e as casas nunca mais acabavam. Ladeira abaixo, escadas acima, seeeempre com muito boa disposição.
Agora falta a organização profissional. Os papéis andam por todo o lado e não há meio de me lembrar a tempo do que tenho para fazer. Valem-me os alunos queridos que tenho, que por enquanto acham só que sou maluca... Devo estar a ficar senil.
Para já, vou-me enroscando no sofá, com as belas mantas que vieram debaixo dos arcos mesmo a tempo de nos precaver da noite fria que se avizinha.
Só tenho uma coisa a dizer: Viva o Sofá! Viva!