sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Casa Nova


Não há nada melhor que mudar de ares, mudar de vida, mudar de casa. Com o início do ano vieram muitas mudanças, e com elas a casa.
Agora vivo num castelo encantado, de paredes altas e escuras e divisões escuras e vazias que me devolviam o eco da minha voz. Os tectos no entanto, são fabulosos, redondos em que do encontro dos arcos descem os candelabros. O jardim é um espaço cheio de obstáculos ainda, de ervas altas que crescem e escondem tesouros.

Com o tempo, vai-se espalhando magia e as paredes branqueiam, a luz entra pelas janelas rasgadas e vão-se semeando as flores que nascerão com o novo ano. A casa vazia enche-se de vozes, de movimentos, de intimidades, de alegrias. E o eco deixa de ter lugar.
Falta tudo, mas não falta nada. O espaço constrói-se, modifica-se. Mas o coração está cheio, tal como a luz de fim de tarde que entra pela janela do salão que inunda a escadaria mal se passa a porta de entrada.

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